Um dos atrativos turísticos em desenvolvimento de Barra do Bugres é a Terra Indígena Umutina/Balotiponé (FUNAI, 2019), que se localiza entre os Rio Bugres e Rio Paraguai, sendo que seu acesso principal fica a cerca de 10 km da cidade de Barra do Bugres, MT, sentido Barra do Bugres/Cuiabá pela MT 246.
Numa vivência entre uma beleza cênica com espécies da fauna e flora de um Ecossistema de Transição entre o Cerrado e a Amazônia, pode se encontrar um povo que busca a valorização da sua cultura e o desenvolvimento sustentável de seu território.
O povo Umutina que era conhecido como Barbados, por possuir barbas naturais ou postiças que faziam de pêlo de macaco bugio ou cabelo das mulheres. Sua língua é classificada no tronco linguístico Macro-Jê, da linhagem dos Bororos.
Os primeiros contatos com os não-índios ocorreram no século XVIII, devido ao extrativismo da ipecacunha (Psychotria ipecacuanha), conhecida também de poaia (ou raiz do Brasil) e outros produtos da floresta como o cedro e a seringa.
O ritual do culto aos mortos era uma de suas manifestações culturais mais importantes, hoje eles trazem na dança e brincadeiras de rodas essa ancestralidade.
A pintura corporal indígena é feita de jenipapo (Genipa americana), ou argila, com representação de algumas espécies de peixes, como pintado (Pseudoplatystoma corruscans) ou ainda de animais, como Tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla).
Diferentes das primeiras Umutina, hoje as mulheres costumam usar cabelos cumpridos, mas ainda utilizam vários adornos e acessórios para os rituais e apresentações, como colares, brincos, tiaras, braceletes e tornozeleiras feitos de penas ou de sementes ou cocos.
Devido ao processo de "pacificação" (considerado pelos Balatiponés, como processo de descaracterização da cultura originária) a partir de 1943 pelo Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, foi criado o Posto de Serviço do Índio, onde hoje é a sede da Aldeia Central (aldeia mais populosa), com isso, muitas outras etnias vieram para o território, como Paresi, Nabikwara, Kayabi, Terena, Bororo e Irantxe.
A partir de 1990, retornou-se a valorização da Cultura Umutina, em que houve o processo de pactuação quanto a autodenominação: Umutina e afirmação da identidade, passando portanto, a partir daquele ano, todo os indígenas que morassem ou nascessem no território teria a identidade de Umutina.
Texto: Turismóloga e Especialista em Ecoturismo Alessandra Ribeiro de Carvalho
Fonte: Inventário e Diagnóstico Turístico de Barra do Bugres, 2021. POVO BALATIPONÉ - UMUTINA : Passado, Presente, Futuro. Disponível em:https://museucasaborges.wordpress.com/2020/09/26/balatipone-umutinapassado-presente-futuro/. Acesso em: 26 de setembro de 2020.
Rural
Acesso principal pela Rodovia MT 246 – 150 km de Cuiabá, e 10km de Barra do Bugres: Entrada à esquerda Norte (Sentido Barra do Bugres/Cuiabá) – observar área com presença de areia. Depois percorrer 2 km de estrada de chão cascalhada até o porto do rio Paraguai. Atravessar o rio por balsa ou barco e em seguida percorrer mais 1 km de estrada de chão.
Nos períodos de chuva – cheia – não há visitas nas aldeias (Dezembro a Março)
Guiada
Paga
Valor: R$275,00
Débito Automático (débito em conta, débito online) , Transferência bancária
Como cada aldeia se difere em logística e estrutura dentro do território, pode-se buscar um roteiro Etnoturismo, em que realiza a vivência com as comunidades em seu cotidiano, manifestações culturais e agrícolas, como preparo de comidas típicas, confecção de artesanato, pintura corporal indígena, prática de arco-flecha.
Ainda pode-se agregar o Ecoturismo, com observações de aves e outros animais silvestres ou pesca esportiva com guias e agências especializadas, ou cicloturismo, heking (trilha de trecho menor – cerca de 10 km - de “bate e volta”, e, que não exige pernoite, nem equipamentos pesados) e trekking (trilha mais longas, que requer pouso e fica-se mais de 24 horas, requer mais equipamentos, como barracas, lanternas entre outros, local apropriado para pouso ou camping) devido a trilhas de curta, média e longa distância, de classificação de leve à severa.
As refeições e atividades variam de acordo com o tipo de turista recebido. Os visitantes são acolhidos pelos representantes da comunidade no Porto, em seguida seguem o circuito Umutina dentro da especialidade de cada roteiro, para conhecer as aldeias e extensões turísticas da Terra Umutina.
Recepção – check-in a comunidade: receptividade Xipá- koxiporé – (casa tradicional – modelo Paresi)
Aldeia Central Umutina: Saudações de Boas Vindas
• Histórico do povo Balatiponé –Cerimônia de saudação de boas-vindas,
• Mostras de artesanatos e ornamentos típicos de uso próprio do povo, pinturas corporais.
• Contos e histórias do povo Umutina através na arquitetura existente, tanto das época de Marechal Rondon como as feitas de barro, taquara e cobertas de buriti.
• Trilha no centro da Aldeia e por meio da mata e da roça para conhecimento da cultura Umutina – Trilha leve a moderada de cerca de 8 km.
• Cicloturismo
• Trekking
• Hiking
Aldeia Uapo
• Vivência dos costumes indígenas
• Café da manhã ou bebidas indígenas
• Observação de Aves;
• Observação de Animais silvestres
• Colheita na roça, pomar ou mata para manuseio em ervas, frutos e raízes, como milho, abóbora ou mandioca, para preparo de alimentações e bebidas típicas - Culinária Indígena
• Trilha na mata de curta a longa distância (Trekking)
• Natação no rio Paraguai
• Pesca Esportiva ou para o preparo da refeição no local
• Refeições de culinária indígena em área comunitária típica indígena
• Malocas adaptadas para receber os visitantes para pouso: com energia elétrica, cama e espaço para redes.
• Visitação a casa cultural (Paresi – Sagrada) e apreciação de dança tradicional e contos e histórias do povo Umutina.
• Cicloturismo
• Hiking
Aldeia Massepô:
• Café da manhã com bebidas e comidas típicas como a Chicha de milho ou abóbora e o biju de mandioca.
• Refeitório Comunitário, aberto coberto de Buriti, com mesas e bancos de madeira.
• Culinária Indígena; a base de peixe, mandioca, milho arroz, feijão e saladas.
• História do Povo e da aldeia.
• Amostra esportiva com arco e flecha
• Culinária indígena para degustação
• Trilhas na natureza visita a lagos/baías –
• Cicloturismo
• Trekking
• Hiking
• Passeio arqueológico das antigas malocas
• Exposição de artesanatos diversos
• Visitação a casa cultural e apreciação de dança tradicional do povo Umutina
• Banho de rio e descanso ao ar livre em esteiras na praia de piçarra
• Visitação na roça e manuseio de plantas
• Pernoite em casa tradicional, utilizando redes e camas com capacidade para 10 pessoas.
Aldeia Bakalana:
• Café da manhã com chicha, biju e alimentos indígenas.
• Refeitório Comunitário
• Culinária Indígena.
• História do Povo e da aldeia.
• Vivencia com práticas de agricultura local
• Oficina de pintura corporal / oficina de artesanato
• Almoço: Culinária indígena a base de peixe, mandioca, milhos e outros produtos da agricultura local.
• Atividade da tarde
• Aprendendo a fazer a gastronômica típica
• Trilha na natureza, com distância de 1,5 km
• Encerramento das atividades após as atividades da tarde.
• Cicloturismo
• Trekking
• Hiking
Aldeia: Águas Correntes
• Oficina de artesanatos, colares, cestos de palha, brincos e abanadores
• Centro de eventos,
• Observação de aves;
• Observação de animais silvestres,
• Trilhas na natureza
• Técnica de extração cumbaru e babaçu
• Cicloturismo
• Trekking
• Hiking
Aldeia: Adonai integrada ao roteiro
• Canoagem, turismo cultural
• Barreiro
• Bosque e espaço aberto para eventos
• Passeio de barco e natação no rio Paraguai
• Exposição de artesanatos
• Cicloturismo
• Trekking
• Hiking
Sim, através da Associação Balotiponé e as lideranças de cada aldeia por e-mail e por escrito, com agendamento antecipado.
*O valor da entrada* (voucher) é diferenciado entre:
Entrada= *R$ 25,00 (turista nacional)* - *R$ 50,00 (turista internacional* - *pode variar conforme a cotação do USD$ (EUA)
Diária, incluso café da manhã, almoço e janta R$ 250,00 (turista nacional) - *R$ 1000,00 (turista internacional* - *pode variar conforme a cotação do USD$ (EUA).
Débito Automático (débito em conta, débito online) , Transferência bancária
Para todas a atividades deve-se levar repelente e protetor solar, não levar e não consumir bebidas alcoólicas e cumprir o Manual de Conduta dentro de toda a Terra Indígena. Contatos para reservas turísticas por aldeia:
Associação Indígena Balotiponé:
Presidente: Neuzinho Uapodonepa Boroponepa
Lideranças - Caciques:
Aldeia Central (Balotiponé): Lucimar Calomizeré
Adonai: Cacildo Amojonepá
Águas Correntes: Sandriano Monzila Parikikoreo
Bakalana: Sebastião Ipakuri
Uapo: Dionisio Antônio Apodonepá
Massepô: José Felizberto Kupodonepá